ONDE ESTÃO AS ESTILISTAS NEGRAS?
Por Maria Rita Casagrande para as Blogueiras Negras
Onde estão as estilistas negras? Você conhece alguma no grande circuito? Onde estão as estilistas negras brasileiras? Qual sua história, suas referências.
Bom eu estudei moda, e em meio a outras 26 alunas 2 eram negras. Um olhar posterior mais atento me mostraria que não apenas eram 2 alunas negras naquele semestre do curso de moda. Eram duas alunas negras em toda a faculdade.
Entre as matérias, durante os 4 anos, nada se falou sobre cultura étnica, negros na história da moda e fora um workshop nada foi falado sobre moda nacional.
E eu me pergunto, isto não existe, ou esta apenas escondido embaixo de algumas camadas de preconceito e desinteresse? Não conseguirei responder a essas questões sem um longo estudo, mas o que eu posso afirmar é que se há uma escassez de negros no mundo das (os) modelos, isto se torna ainda maior no mundo dos desenvolvedores de moda e tendências.
Mas, embora afastados da grande mídia, estamos presentes e fazemos bonito.
O papel da mulher negra no design de moda data de tanto tempo atrás, desde civilizações primitivas. Hoje muitos designers se inspiram na África para desenvolver seus projetos, existe uma ligação inquebrável das raízes africanas com um ofício tão antigo e atual ao mesmo tempo.
Além do clichê “África”, onde estamos na história do design de moda e da costura?
As fotografias mais antigas de povos africanos mostram que eles tinham um forte senso de moda e um olho afiado para design de peças, ainda hoje em muitas tribos africanas, a moda é amplamente variada e significativa para a sociedade. Diferentes tribos podem se distinguir facilmente por seus trajes, assim como com a ocupação de uma pessoa, sua idade e status social. Na África antiga e na atual África Tribal itens de vestuário tem ainda mais significado do que no mundo ocidental, onde a moda em sua maior parte, hoje, é uma questão de status, escolha e diversão, em vez de ordem, etiqueta, espiritualidade e simbolismo.
África antiga
O traje da civilização Africana antiga era tão variado como na África de hoje. Os trajes incluem roupas vibrantes e ricamente tingidas, peças longas, penas, peles de animais, joias de pedras preciosas e itens naturais, como madeiras e sementes. Tradicionalmente, eram as mulheres da aldeia que produziam as peças tingindo, costurando e estilizando. No entanto, a tecelagem era uma tarefa unissex.
Comercio de Escravos
A maioria dos africanos que foram capturados e levados a bordo de navios negreiros para o Caribe e as Américas como escravos foram trazidos em sua maioria completamente nus. As mulheres passaram então a fiar tecidos caseiros pra seu vestuário, as crianças acabaram por ajudar com a fiação de algodão e lã. Com o reconhecimento destas habilidades femininas, as mulheres logo receberam instrumentos de costura e moldes entregues pelos senhores de escravos para que pudessem fazer roupas também para os seus “proprietários”. Durante o século 18 mulheres escravas Africano-americanas, apesar de terem um papel de destaque como costureiras, não tiveram influência sobre o design das roupas feitas para os seus “proprietários”, elas seguiriam os designs contemporâneos e o jeito europeu de se vestir, isso também nas suas próprias roupas.
A partir do momento em que os negros africanos da América começaram a ganhar sua liberdade, talentosas designers afro-americanas tornaram suas habilidades uma profissão. Até o início do século 19 as mulheres negras não eram reconhecidas como designers de moda no sentido pleno da criação de projetos pessoais. Graças a Elizabeth Keckley, Francis Criss, Ann Lowe e Zelda Wynn Valdes, as mulheres Afro-americanas começaram a ganhar reconhecimento por sua habilidade como designers de moda.
Veja ao texto completo no blog abaixo:http://blogueirasnegras.wordpress.com/2013/04/22/estilistas-negras/