domingo, 24 de novembro de 2013

DOR E SUPERAÇÃO

Autor(es): VICTOR MARTINS
Correio Braziliense - 24/11/2013

 Quilombola, mulher e empregada doméstica, Josefina Serra dos Santos, 51 anos, nasceu em um Brasil sem mobilidade social, onde carregar todos esses rótulos era um peso praticamente insuperável. Mais de 40 anos depois de sair do Quilombo de Picada, no Maranhão, Jô, como prefere ser chamada, diz que nunca se permitiu ser uma vítima, muito menos frágil. Hoje, advogada em Brasília, não tem dúvida de que o preconceito contra a cor da sua pele a acompanha desde o dia em que nasceu. A sombra da escravidão, que levou seus ancestrais a se isolar no interior maranhense, relata, tornou-a também escrava. Enquanto empregada em casa de família, dos 5 aos 20 anos, trabalhou em troca de teto, roupa e comida.
“Carrego comigo uma certeza: conhecimento é poder”, afirma Jô. “Sempre fui muito curiosa, e quando era empregada em um casa em Brasília, os patrões não me deixavam ler. Daí eu terminava as coisas bem rápido e, escondida, lia todos os contos infantis de um dos filhos da família”, lembra. Ela explica que acreditava na educação formal como meio para melhorar de vida e conseguiu, onde trabalhou, que fosse matriculada em uma escola pública. “Acordava às 5h, deixava o almoço quase todo pronto e ia para a aula. Antes das 12h30 eu tinha de voltar para terminar e servir a mesa”, conta.

Faculdade


Com muito esforço, conseguiu se formar em direito, trabalhou em alguns escritórios, às vezes como secretária, até que conseguiu ter a sua própria sala. Hoje, moradora do Guará, uma região de classe média do DF, tenta resgatar outros quilombolas da pobreza. “Já trouxe 64 pessoas do Maranhão”, orgulha-se. Mas nem todos alcançam uma trajetória de sucesso. Almir Ceará, 36 anos, sonhava com um futuro mais promissor quando saiu de Jacobina, no interior da Bahia, em direção a Brasília. Hoje, uma década depois, ele tira o sustento da informalidade. Tem casa própria em uma região que é considerada uma das mais pobres do Distrito Federal, a Cidade Estrutural. O terreno, comprado por R$ 7 mil, é fruto do gado que tinha na cidade em que nasceu.

A casa que construiu, onde mora com a mulher e um filho de 3 anos, é uma vitória para Ceará. Ele reconhece, no entanto, que ficou no meio do caminho. “Negro e sem estudar, é difícil. Felizmente, tenho a minha banca de frutas, que garante o mínimo do que minha família precisa”, diz. A educação certamente poderia ter transformado o futuro do ambulante e de muitos outros brasileiros, independentemente da cor, asseguram os especialistas.

Josefina também concorda com a ideia de que educação abre portas. “Sempre me diziam que, negra e empregada doméstica, por mais que estudasse, nunca sairia do lugar. Eu mostrei para eles”, comemora. A advogada, durante oito anos, foi a defensora da antiga Telebras. Hoje, vive cercada de livros. Frequentemente, doa alguns para crianças com pouco acesso à leitura. Sempre que pode, volta ao Maranhão para visitar a mãe no quilombo e para rever amigos e parentes que resistem a abandonar a terra. Jô avalia que muito ainda precisa ser feito para diminuir o racismo e a desigualdade, mas em nenhum momento fala em ódio. A advogada defende a tolerância.

Fonte:
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2013/11/24/dor-e-superacao

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

NO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA


No Dia da Consciência Negra, data símbolo da conquista por afirmação e igualdade racial, nossa página traz uma série de imagens com citações de brasileiros e brasileiras que buscam enfatizar sua identidade negra, seus pensamentos e suas lutas. Confira!



quarta-feira, 13 de novembro de 2013

CARA E CULTURA NEGRA

APRESENTA

"CICLO DE PALESTRAS"

Local - Praça dos Três Poderes - Panteão da Pátria
Atividades - Seminário para professores da rede publica e privada em geral mediante inscrição no site www.caraeculturanegra.com.br
Período – dias 19, 20 e 21

A aprovação da lei 10.639 de 2003 que tornou obrigatório o ensino da história da África nas escolas, requer políticas públicas mais eficientes capazes de tirá-la do papel e levá-la para os locais de ensino, através da capacitação de professores e da realização de projetos de inclusão no ensino da cultura afro-brasileira.

Nesse cenário o projeto aparece como alternativa viável de complementação ao ensino da história africana, possibilitando o acesso aos bens culturais e formando novas plateias.
DIA 19

Palestra A FÉ NEGRA E UMA CULTURA DE PAZ
para professores da Rede Publica do Distrito Federal
capacidade 100 pessoas
Palestrante FRANCISCO NGUNZETELA
Mediador professor SERGIO DE SOUZA
horário 09:00 as 10 horas

Palestra HISTÓRIA DAS RELIGIÕES DE MATRIZ AFRICANA
para professores da Rede Publica do Distrito Federal
capacidade 100 pessoas
Palestrante RICARDO GAMA
Mediador professor SERGIO DE SOUZA
horário 10:00 as 11 horas

Palestra PENSAMENTO NEGRO CONTEMPORÂNEO
Palestrante IVAIR AUGUSTO ALVES DOS SANTOS
para professores da Rede Publica do Distrito Federal
capacidade 100 pessoas
Mediador professor SERGIO DE SOUZA
horário - 15:00 as 17:00 horas


DIA 20
Palestra A LEI 10.639 – 10 ANOS DEPOIS, CONQUISTAS E DESAFIOS
Palestrante MARIA AUXILIADORA – CECAD
para professores da Rede Publica do Distrito Federal
capacidade 100 pessoas
Mediador professor SERGIO DE SOUZA
horário - 09:00 as 11:00 horas

Palestra A SAUDE DA MULHER NEGRA
Palestrante – LIA MARIA Ministério da Saúde
para professores da Rede Publica do Distrito Federal
capacidade 100 pessoas
Mediador professor SERGIO DE SOUZA
horário 15:00 as 17 horas

DIA 21
Atividade - Palestra OS JOVENS NEGROS E AS NOVAS MIDIAS Palestrante TIAGO CLINBIÉ – Universidade Católica
para professores da Rede Publica do Distrito Federal
capacidade 100 pessoas
Mediador professor SERGIO DE SOUZA
Horário 9:00 as 11:00 horas

Palestra OS NEGROS E SUAS REFERENCIAS NOS DICIONÁRIOS OFICIAIS DE LÍNGUA PORTUGUESA
Palestrante CARLOS ALBERTO – Universidade Católica
para professores da Rede Publica do Distrito Federal
capacidade 100 pessoas
Mediador : professor SERGIO DE SOUZA
horário : 15:00 as 17 horas

Serviço:
9o Festival CaraECULTURANEGRA Data: 15 a 30 de novembro
Local: Centro Cultural Três Poderes, Praça dos Três Poderes, Panteão da Pátria, Praça Zumbi dos Palmares, Teatro Dulcina de Moraes e Estações do METRÔ – Brasília-DF
Inscrições (gratuitas):
http://www.caraeculturanegra.com.br/