domingo, 8 de setembro de 2013
REPORTAGEM COMPLETA DO CORREIO BRASILIENSE
Lições de superação
Sonhar é preciso, mas arregaçar as mangas para superar dificuldades e atingir os objetivos profissionais é crucial. Veja histórias de quem conseguiu se levantar e chegar lá
Gustavo Aguiar
Publicação: 29/07/2013 11:25 Atualização: 29/07/2013 11:38
O que somos capazes de fazer e quais obstáculos estamos dispostos a enfrentar quando há um objetivo a ser conquistado? Definir metas claras, acreditar em si mesmo, ter vontade de aprender e facilidade para se adaptar, perseverar e aproveitar todas as oportunidades — essas são algumas das características de quem conheceu o fundo do poço e superou todas as dificuldades e as próprias fraquezas para se reerguer e recomeçar. Ser a exceção a uma regra e contrariar todas as expectativas negativas não é uma tarefa fácil, mas pode valer a pena.
Para o psicólogo e palestrante motivacional Rogério Martins, que ajuda executivos a superarem seus limites e se destacarem no mercado de trabalho, a predisposição genética para a vitória é uma característica comum a todos. “Costumo dizer que todos nascemos para vencer. Ter objetivos concretos, força de vontade e coragem de assumir alguns riscos é fundamental para quem quer se destacar apesar das adversidades”, explica. O especialista acredita que, apesar da vontade de chegar longe, o que falta nas pessoas é a capacidade de sonhar na medida certa. “Os sonhos são fundamentais, e precisamos nos perguntar diariamente quais são os nossos. Às vezes, as pessoas ou não sabem responder isso ou sonham longe demais, além da capacidade de realização”, argumenta.
Exemplos de superação como o do compositor Beethoven ou do criador da Apple Steve Jobs são famosos, mas a vontade de vencer também está presente no dia a dia do trabalhador comum. O Correio selecionou algumas histórias de vida de profissionais de Brasília que enfrentaram desafios para se superar no mercado profissional.
Contra a pobreza e o preconceito
(Carlos Vieira)
A voz impositiva e carregada de sotaque maranhense da advogada Josefina dos Santos, 50 anos, preenche os 50 metros quadrados do escritório de advocacia que ela mantém no primeiro andar de um prédio no Setor Comercial Sul, no centro de Brasília. Apesar se dirigir a duas clientes — empregadas domésticas que reclamam por terem sido enganadas pela ex-patroa —, Josefina soa mais como uma mãe que ralha com as filhas do que como advogada. “Para não acontecer de novo o que é que tem fazer? Tem de parar de ver novela na tevê, sentar a bunda na cadeira e estudar para mudar de vida. Tem que parar de botar filho no mundo, se instruir e se informar”, aconselha.
Ela sabe do que está falando. Antes de chegar à advocacia, Josefina precisou lutar contra a pobreza e o preconceito por ser negra. E começou a trabalhar como doméstica em uma casa de família em São Luís. Tinha então 6 anos. “Eu sou do interior, e, para gente como eu, o sonho era ir para a capital ser empregada e mudar de vida. Se eu quisesse estudar, tinha de trabalhar”, conta. Ela passou também pelo Rio de Janeiro antes de desembarcar em Brasília, acompanhando uma família para quem prestava serviços domésticos. Apesar da rotina exaustiva, nunca deixou de se dedicar aos estudos. Já na capital federal, foi secretária de um consultório dentário e batalhou para conseguir pagar a faculdade de direito.
“Tive de lidar desde cedo com as piores expectativas que as pessoas sempre tiveram sobre mim. Ninguém apostava que eu chegaria aonde cheguei. Mas nunca desisti”, afirma. Hoje, Josefina é advogada dos ex-patrões. Reconhecida por lutar pelos direitos das minorias, já foi conselheira da seccional de Brasília da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e, entre 2011 e 2012, tomou a frente da Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial do DF. “Quem me subestima não me conhece. E eu estou aqui para provar que quem corre atrás do sonho pode chegar longe.”
Fonte originaria do link abaixo:
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/eu-estudante/tf_carreira/2013/07/29/tf_carreira_interna,379535/licoes-de-superacao.shtml#.UfhpaycLfvs.facebook
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